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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dez Maiores Descobertas da Arqueologia Bíblica


Posted by Wesley Alfredo G.de Arruda

O arqueólogo Walter Kaiser enumera as seguintes descobertas como sendo as dez mais importantes da arqueologia Bíblica:

O Código Bíblico

O Código Secreto da Bíblia também é conhecido como O Código da Torah e consiste em um grupo de palavras e frases que segundo estudiosos estão bem codificadas formando um significado especial, isto seria parte da dávida do Eterno colocando cada letra nas escrituras em seu devido lugar, para que os "sábios compreendam".

Este significado pode ser apropriado para a vida de todos os seres humanos em todos os tempos, mas também pode ter um significado direto e específico, com tempo e nome determinados, segundo os desenvolvedores desta tese, o código pode revelar profecias, confirmar o passo e o presente de forma precisa.
Para os decodificadores, em sua maioria pessoas e sistemas ocidentais, o código só pode ser aplicado no hebraico, por causa de sua peculiaridade, mas pode ser também substituída cada letra por uma ocidental, por exemplo, מ seria "m", ל seria "L" e assim por diante.

O SOMBRA – A Face Oculta da Globalização


Sem qualquer sombra de dúvida, a vida do nosso herói nada teve em comum com a do seu homônimo do rádio, do cinema e das histórias em quadrinhos. Não possuindo nenhum charme, carisma ou "glamour", sua única e duvidosa contribuição à elegância da época foi o uso de um inseparável chapéu de abas largas e de camisas sociais com colarinhos altos e engomados.
Nascido em Houston, Texas, era o sétimo filho de um próspero e abastado banqueiro, negociante, exportador, grande latifundiário e fazendeiro de algodão e açúcar, que representava interesses britânicos nos Estados Unidos. Discreto, arguto e aplicado, recebe primorosa educação superior voltada para o excitante mundo dos grandes negócios, das articulações e do lobby político.
À semelhança dos "marqueteiros eleitorais" de nossos dias, de quem foi, sem dúvidas, o inequívoco precursor, ele se dedica, de corpo e alma, à formulação de campanhas eleitorais para o governo do Texas, sempre vitoriosas. Elege, sucessivamente, para o cargo, os governadores Hogg, Culberson, Sayers e Lanham.
A despeito de sua grande modéstia e simplicidade, recebe pela proeza de eleger tantos governadores o título de Tenente Coronel da Guarda Nacional do Texas. Demonstra satisfação e orgulho pela patente, e por ela fica desde então conhecido, passando à história como o "Coronel".
As indiscutíveis qualidades do "coronel sombra", personalidade discreta e confiável, sólida formação acadêmica, sucesso profissional esplendoroso, perfil sócio-político liberal apesar de idéias em favor de um governo central totalitário, porém tolerante e de cunho social, fazem dele o interlocutor favorito da elite oligárquica européia.
Secretamente, esse grupo de líderes pretendia lançar os alicerces de uma Nova Ordem Mundial, mais conveniente a seus interesses no continente americano, um tanto contrariados desde a guerra da independência. Manejando poderosos interesses políticos, comerciais e econômicos no Novo Mundo, lembravam-se, com grande nostalgia, de que a antiga ordem lhes dera os tempos aventureiros dos séculos XVIII e XIX e o despertar da Idade Industrial, bem como as delícias da chamada "Pax Britannia" com os impérios coloniais Espanhol, Português, Holandês, Francês, Germânico e Britânico. Apesar da coligação de forças e interesses que a inspirara ser meramente terrena, apátrida e sem visíveis motivações religiosas, essa Era tinha sido, essencialmente, um tempo de paz forçada, administrada segundo o código de ética cristã.
A despeito da solidez aparente, tal ordenamento colonialista começou a esbarrar na força emergente da América, contrariando a velha tese oligárquica de que o Terceiro Mundo era inferior à sociedade civilizada da Europa Ocidental. Foi, assim, que a antiga aspiração européia de manipular o destino do Novo Mundo esbarrou na contundente derrota dos ingleses em Yorktown, Virgínia, em 1781. Ali, muito embora a guerra da independência ainda estivesse em curso e a Revolução Francesa viesse a demorar oito anos para ocorrer, a Velha Ordem era sepultada, para sempre, e o mundo se obrigava a mudar suas ambições imperiais hegemônicas asseguradas pelo simples uso do poder da guerra. Quando a América começou, finalmente, a flexionar seus músculos, os poderes elitistas europeus entenderam que aquelas imensas riquezas não mais poderiam ser mantidas ou controladas à força.
A sutil alternativa seria o uso da astúcia, movida pelo investimento financeiro, pela ação de pessoas aliadas, pela compra de núcleos de iniciativa empresarial, mesmo que ainda incipientes, e pela aquisição de vastas porções de terras.
Mas, sobretudo, sabiam os financistas e negociantes europeus que poderiam controlar a economia dos Estados Unidos se lhes pudessem impor um equivalente americano ao Bundesbank, ao Banco da Inglaterra, ou ao Banco da França, isto é, um Banco Central Independente e... privado...! Para liderar tarefa tão ambiciosa, complexa e secreta precisavam da competência e da discrição de um aliado americano, leal e competente, plantado no coração do governo. O "Sombra", portador de inusitada e impressionante obra de engenharia política, formação e antecedentes familiares impecáveis, tornava-se o natural aspirante para a formidável tarefa de eleger e tutelar um Presidente da República dos Estados Unidos ! Afinal, desde aquela época, já se afirmava que... "nenhum outro norte-americano do seu tempo foi tão bem e proximamente relacionado com tantos homens de prestígio internacional"...1, especialmente banqueiros, a quem fora introduzido pelo pai durante seu período de educação na Grã-Bretanha.
Aprovado unanimemente para a missão, sua primeira tarefa seria selecionar o nome ideal à candidatura presidencial. A escolha recai sobre a apagada figura de Woodrow Wilson, a quem é apresentado em 1911. Desde esse encontro, passou a concentrar esforços no sentido de obter sua indicação à presidência pelo partido Democrático, cuja decadência eleitoral era notável àquela época. Recebendo o apoio integral e ostensivo de famílias americanas de prestígio político e financeiro como os Rockefeller, Jacob Schiff, Bernard Baruch, Thomas Fortune Ryan e Adolf Ochs, não teve grandes dificuldades em consegui-lo. Wilson era um homem digno, sem mácula e um cristão honrado, porém totalmente alheio às complexidades das finanças internacionais e do governo federal. Refém da imensa força que o apoiava, tão logo eleito, em 1912, delega ao Coronel plenos poderes nessa área. O "Sombra" torna-se, então, a eminência parda do Poder e responsável direto pelas providências que facilitariam a influência da banca internacional sobre a liberdade e a integridade patrimonial e política da América.

O "SOMBRA" COORDENA A FUNDAÇÃO DO ''FED"
- UM BANCO CENTRAL PRIVADO PARA OS ESTADOS UNIDOS!!!


..."Eu acredito que as instituições bancárias sejam mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos aprestados. Elas já criaram uma aristocracia do dinheiro que desafia o governo. O poder de emissão do dinheiro devia ser tomado dos bancos e restaurado ao governo, seu legítimo proprietário"...
THOMAS JEFFERSON.

Havia no seio da sociedade americana, no início do século XX, uma sensação generalizada de medo. Crises financeiras, ocorridas ao correr do século XIX, com especial ênfase nos anos de 1873 e 1893, haviam deixado marcas de profunda insegurança na população. Em 1836, havia cerca de 12.000 tipos de moedas em circulação no país, das quais, cerca de 5.000 eram totalmente fraudulentas ou falsas.
Não existia coordenação monetária unificada e cada banco em funcionamento emitia sua própria moeda, lastreada em espécie, prata ou ouro. Era, como se percebe, um sistema caótico. Havia, porém, sérias resistências populares à criação de uma autoridade bancária central, pela memória, ainda muito viva, dos tempos coloniais de severa submissão aos rígidos padrões monetários ingleses. Somente com a eclosão da guerra civil, em situação de grave crise, o país logrou imprimir, pela primeira vez na sua história, uma moeda verdadeiramente nacional, denominada "Greenbacks".
Apesar do largo alcance dessa medida, os banqueiros, emissores de moedas próprias, obtiveram do Congresso certas restrições para uso dos Greenbacks, que ficaram limitados ao pagamento de salários dos soldados e transações correntes dos cidadãos, não podendo ser usados na quitação de juros da dívida interna, impostos ou tarifas de importação. Paralelamente aos Greenbacks, circulavam o ouro e a prata, fazendo com que, ao final da guerra, a nova moeda tivesse perdido fé pública e seu valor reduzido a apenas 30% do poder liberatório inicial. Tal sistema, aliado às crônicas crises de escassez de moeda, inflação, deflação ou depressão, que se alternavam, respondiam pelos temores dos cidadãos.
Em 1907, nova crise se apresenta e o povo entra em pânico... "Centenas de milhares de pessoas perdem suas propriedades, milhares de trabalhadores perambulam pelas ruas. Não havia dinheiro. As pessoas haviam depositado seu dinheiro nos bancos, mas os bancos estavam fechados"...2. Então, aproveitando o momento crítico, os banqueiros começam a trabalhar na criação de uma nova moeda e de um sistema financeiro que lhes permitisse a concessão de créditos em larga escala. Eles já vinham pregando, há anos, a idéia de um banco central para os Estados Unidos. Alegavam que, então, não haveria mais escassez de moeda, nem pânico, nem depressões, inflação ou deflação... "Os banqueiros haviam se empenhado nesse objetivo há anos e podiam esperar. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. E os seus métodos eram tão sutis, tão refinados e tão secretos que as pessoas jamais saberiam o quanto estavam sendo roubadas"...3.
Em novembro de 1910, houvera uma reunião preparatória, sigilosa, entre poderosos do mundo e líderes financeiros americanos, na paradisíaca ilha de Jekill, em frente à costa do Estado da Geórgia. Os participantes mais poderosos foram, do lado americano, o senador Nelson Aldrich, avô do banqueiro e multi-milionário Nelson Rockefeller e, pela oligarquia européia, Paul Moritz Warburg. Paul Warburg representava a poderosa Casa Rothschild, da Alemanha, e, havendo se mudado para New York em 1902, comprou, com dinheiro dos Rothschild, importante participação societária na prestigiosa Casa Bancária Kuhn, Loeb & Co. daquela cidade.
Os demais sócios na empreitada eram Jacob Schiff, cabeça da instituição por casamento com Teresa Loeb e Otto Kahn. Paul Warburg, também titular de negócio próprio, a Casa Warburg, de Hamburgo, era igualmente casado com uma filha do Sr. Loeb, sendo, portanto, cunhado de Jacob Schiff. Pelos laços do parentesco, tornara-se ainda mais sólido o investimento.
Como já visto, o que esses banqueiros desejavam, e para isso vinham se preparando há tanto tempo, era instituir um sistema financeiro privado que desse fim à desordem e à insegurança reinantes. Ele deveria, entretanto, ser estabelecido pelo governo federal, que ficaria inteiramente responsável pelas obrigações contraídas ante o banco central privado. As cédulas de dinheiro emitidas seriam papéis privados e geridos, exclusivamente, pelo sistema bancário.
Os bancos, então, poderiam, em conjunto, controlar a oferta monetária, determinar as taxas de juros e o volume do crédito. Com organização tão precisa, eles teriam o controle financeiro total do país e do destino de seu povo. Foi, portanto, com esse intuito que o grupo de conspiradores passou duas semanas articulando-se na ilha de Jekyll. Viajaram de New York para a Georgia num trem particular, hermeticamente fechado; usaram codinomes e foram servidos por pessoas que não puderam saber quem eles eram. Os princípios gerais das matérias debatidas foram acordados e podem ser sintetizados nesta assertiva de Paul Moritz Warburg:..."Precisamos fugir desse estigma de empresa privada. Temos de convencer o povo de que é uma agência governamental. Temos que batizá-lo de Sistema da Reserva Federal (Federal Reserve System)"...4. Faltava, apenas, quem materializasse, na prática, essas idéias tão ousadas, tarefa naturalmente reservada para a extrema competência do Sombra.
O Coronel, como vimos, entrara em ação e Wilson, indicado candidato democrata, venceu a corrida presidencial contra Ted Roosevelt. De sua plataforma eleitoral, redigida pelo Coronel, constavam duas promessas solenes: a primeira, de se opor, tenazmente, ao poder dos banqueiros de Wall Street; a segunda, de manter os Estados Unidos longe da guerra. Logo depois de eleito, Wilson, inspirado nas idéias e pressões do Sombra, faz passar a Décima Sexta Emenda à Constituição que lhe permite aprovar, em pleno recesso do Congresso no Natal de 1913, o projeto de criação de um conjunto de doze bancos regionais, de controle acionário privado, cada um deles denominado Federal Reserve Bank of... (nomes individuais das regiões onde fossem instalados), constituindo um sistema integrado (Federal Reserve System). Este, por sua vez, governado por um "board", com membros indicados pelos acionistas privados e pelo governo central, denominado Federal Reserve Board. Além disso, ainda aconselhado pelo Coronel, Wilson consegue aprovar a legislação que altera regras da cobrança e vinculação específica de receitas do Imposto de renda, obrigando o contribuinte americano a pagar diretamente pelos empréstimos que os banqueiros passariam a fazer ao Tesouro, através do Fed, com moeda que os doze bancos do Sistema estavam autorizados a emitir livremente. "De uma só penada, o controle da economia dos Estados Unidos e do sistema monetário foi removido do Congresso, a quem esses poderes eram conferidos pela Constituição5. E, daquele momento em diante, a economia passou a ser controlada, anonimamente, por banqueiros e homens de finanças, na mera qualidade de acionistas, "proprietários" do sistema bancário central privado, o Federal Reserve System... O povo deixava de ser o senhor absoluto do destino de seus impostos e do Orçamento, uma vez que a arrecadação do imposto de renda estava, agora, diretamente vinculada à satisfação dos financiamentos concedidos pelo Fed. ao Tesouro. Era a ascensão definitiva do "Money Power"...apesar de, enigmaticamente, essas duas medidas, que garantiram o domínio financeiro dos Estados Unidos pelos capitalistas da banca privada, também constassem do ideário propugnado pelo... "Manifesto Comunista"!... A título de ilustração, recomendamos uma rápida passada de olhos no anverso de qualquer nota de dólar americano, até encontrar um pequeno selo, de forma circular, com uma letra maiúscula ao centro, à esquerda da efígie presidencial. Este selo identifica qual dos doze bancos regionais do FED. a emitiu... Essa verificação, entretanto, só será possível em cédulas emitidas antes de 1998, pois as de nova efígie, impressas recentemente, omitem tão interessante informação. Elas agora mostram apenas, no mesmo local, a logomarca do Federal Reserve System...Quanto à segunda promessa da campanha, três anos depois de eleito Wilson se transforma num defensor intransigente da guerra, visando a ... "tornar o mundo seguro para a democracia"... O FED financia o esforço nacional para o conflito e credencia seus membros como "dealers" na venda de bônus de guerra, aumentando seus lucros. Porém, o que nem Wilson, nem o Sombra, conseguiram dissimular, foi o fato de que a entrada dos Estados Unidos na I Grande Guerra, além das alegadas razões altruísticas, permitiu aos banqueiros internacionais, acionistas do FED, cobrarem os enormes empréstimos que haviam feito antes à França e à Inglaterra, então inadimplentes. Com o portentoso nascimento do Fed, unindo no maior e mais poderoso empreendimento financeiro da história da humanidade o poderio dos Rothschild, Warburg, Schiff, Kahn, Loeb, Belmont, Morgan e Rockeffeler, a oligarquia política e financeira européia, pelas mãos competentes do Sombra e de Woodrow Wilson, consegue, na prática e em nome do controle total das finanças globais, algo sublime e antes inimaginável: um sincretismo de capitais, que sincroniza séculos e séculos num portentoso casamento aparentemente indissolúvel.
O resultado desse casamento se revela, em sua verdadeira grandeza, no pós-guerra, quando, na reunião de Bretton Woods, o dólar americano, uma simples moeda de emissão particular, é escolhido como valor de referência e centro planetário, peso e medida do sistema financeiro internacional!!! O mundo tem, enfim, sua moeda fundamental, porém ainda não a única, controlada integralmente pela banca privada, embora disso não se tenha apercebido claramente, sendo esta a herdeira universal de todo o imenso e inesgotável poder que tal capacidade possa representar!!!
O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DO COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS - C.F.R.
....."Há um poder oculto tão organizado, tão sutil, tão atento, tão fechado em torno de si próprio, tão completo, tão corruptor que não se pode elevar a voz quando se desejar criticá-lo"
WOODROW WILSON, APÓS DEIXAR A PRESIDÊNCIA.

Apesar da vitória aliada na I Guerra Mundial, seus horrores e as mortes de dezenas de milhares de cidadãos e soldados chocaram as populações e os governantes da Europa e da América. Depois de calados os canhões, os principais líderes políticos, intelectuais, financeiros e de negócios entenderam ser imprescindível lançar sementes que pudessem vir a estabelecer as fundações de um governo global unificado, eliminando divergências entre estados nações e prevenindo a ocorrência de uma outra guerra devastadora. Essa elite de líderes também percebeu que, caso alcançasse tal objetivo, estaria gerando uma tremenda oportunidade de garantir, para si e seus associados, poder e riquezas além da imaginação. Constataram, entretanto, que pouquíssimas pessoas estariam dispostas a abrir mãos da soberania de seus países em favor de uma denominação estrangeira inerente a um governo mundial unificado. Em razão disso, entenderam que, para atingir seus objetivos finais, deveriam organizar e impor seu projeto de um governo global e totalitário, de forma lenta, sub-reptícia, utilizando no seu preparo a colaboração de organizações semi secretas e de lealdades forjadas a qualquer preço... Essas instituições, muitas vezes de utilidade e uso públicos, guardariam unidade de operação, obedientes às diretrizes emanadas de outras organizações hierarquicamente superiores, numa administração de ordenamento e sigilo piramidais. Um esquema organizado dessa forma, com largos e generosos financiamentos, permitiria, como de fato vem ocorrendo paulatinamente, desde então, que o pensamento convergente, unificado, globalizado, alcançasse a mídia, a universidade, os partidos políticos, a consciência popular, os parlamentos e, até mesmo, certas confissões religiosas. Banqueiros, que participaram intensamente do esforço de eleição de Wilson e dela se beneficiaram assumindo o controle acionário do Fed., não mediram esforços financeiros e políticos para alcance desses objetivos, já parcialmente atingidos em sua operosa esfera de atuação. Como fez, por exemplo, Paul Warburg, ao declarar aos senadores norte-americanos: "Teremos um governo mundial, gostemos ou não disso. A única questão é, somente, sabermos se o governo mundial será atingido por consentimento ou por conquista"
6. Disposta a opinião pública, depois de longo e elaborado preparo que envolveria ações desses centros de poder, de seus líderes e prepostos, a implantação formal do projeto poderia, então, ser feita em caráter definitivo. Era preciso, entretanto, que o primeiro passo fosse rapidamente implementado.
Delegados à Conferência de Paz, em Paris, 1919, reuniram-se em 30 de maio no Hotel Majestic para traçar diretrizes que conduzissem os governos mundiais a uma resultante unificada. Não obstante, o pretexto oficial para essa reunião foi o de fundar um organismo que congregasse líderes privados das finanças, comércio e indústria, os quais atuariam como "Conselheiros" de seus respectivos governos no planejamento da política econômica e nas relações exteriores, para fins de cooperação internacional. Com esse espírito, os Estados Unidos, liderados por um representante pessoal do Pres. Wilson à Conferência, congregaram um elenco de "pesos pesados" do cenário mundial e fundaram o Council on Foreign Relations - C.F.R. Estabelecido em New York em 1921, com um corpo inicial de 273 membros notáveis, sua porção mais visível é um lindo prédio naquela cidade, denominado Pratt House, na esquina de Park Ave. com a Rua 68, coincidentemente muito próximo à Embaixada Russa. O Sombra era esse representante diplomático e foi, certamente, o responsável pelas principais idéias que têm norteado suas ações ao longo dos anos. Simultaneamente à criação do C.F.R., organizações paralelas foram fundadas em diversos outros países de forma a alinhá-los com os planos crescentes de uma verdadeira associação mundial.
Assim, em Londres, Inglaterra, uma elite semelhante formou o Royal Institute of International Affairs (Grupo Chatam House); na França, em Paris, surgiu o Centre D´Etudes de Politique Étrangère e em Hamburgo, Alemanha, o Institut Fur Answartige Politik, todos empenhados em conciliar interesses europeus com diretrizes do C.F.R. Posteriormente, o sistema foi tomando sua dimensão tentacular contemporânea, ante a criação, adesão e incorporação de instituições como o Grupo dos Sete, a Comissão Trilateral, o Diálogo Interamericano, o Consenso de Washington, a Sociedade Liberal de Mont Pélérin, The Bilderbergers, The Alliance, The Council of Europe, o Clube de Paris, o Clube de Roma, o Movimento Federalista Mundial, a APEC, a Mídia mundial, algumas das mais conceituadas Universidades, as sociedades secretas, a maioria das Organizações Não Governamentais (ONGs), etc... Quanto ao C.F.R., é fato notório que, desde a sua fundação, vem atraindo para seus quadros homens de poder e influência e, em contrapartida, conhece meandros do poder e os indica a membros selecionados. Tal capacidade ficou explícita a partir de 1940, quando, a convite do Pres. Roosevelt, oficiais do C.F.R. ganharam influência sobre o Departamento de Estado e tem-na mantido, desde então. Basta conhecer que foram membros do C.F.R. todos os Secretários de Estado, menos um, desde 1940 e todos os Secretários da Guerra/Defesa, sem exceção, desde 1940. Essa influência, a partir daí, só tem feito crescer e se espalhar por outras áreas vitais da sociedade americana, ganhando depois o mundo. "Não seria exagero afirmar que esse grupo de elite tem formado o verdadeiro governo secreto dos Estados Unidos desde 1945, uma vez que, além de líderes dos negócios, financeiros, intelectuais, militares e políticos, nele se incluem os líderes dos partidos Republicano e Democrático"7. Durante a eleição presidencial de 1992, os americanos puderam escolher entre os "sabores presidenciais" que o C.F.R. tinha para lhes oferecer, pois, segundo o "Council On Foreign Relations Annual Report For 1993", o Chairman Peter Peterson orgulhosamente informava aos distintos associados que os candidatos presidenciais, George Bush, Bill Clinton e Ross Perot eram todos membros do C.F.R". Associados do Conselho também já controlaram ou controlam a NBC, a CBS, o New York Times, o Washington Post, o Los Angeles Times, o Des Moines Register, e muitos outros jornais de primeiríssima linha. Os líderes das revistas Time, Life, Newsweek, Fortune, Business Week e de inúmeras outras publicações também são membros do C.F.R. Outros, dominam as demais mídias, o mundo acadêmico, sindicatos, corporações de topo, segmentos militares e praticamente todas as áreas de importância da vida americana, como se pode depreender da lista que se segue: Federal Reserve Board; FMI; Banco Mundial (Bird); GATT; Fundações Rockefeller, Ford e Carnegie; Chase Manhattan Bank; First Nat´L City Bank; J.P.Morgan Bank; Universidades de Harvard, Columbia, Chicago e Yale. No campo da política externa, o braço visível do C.F.R. é a revista Foreign Affairs. Sentado no topo dessa imensa pirâmide de poder, como "Chairman of the Board, reina, absoluto, David Rockefeller.
..."Como em todas as outras nações do mundo, também nos Estados Unidos existe uma organização que atua por trás das cortinas. Ela possui um enorme poder. Tem controlado a política econômica e os objetivos da política externa dos EEUU pelos últimos 70 anos, quer o homem sentado na Casa Branca tenha sido Democrata ou Republicano, liberal ou conservador, moderado ou extremista. Este poder paira acima de quaisquer eleições, porém tem sido sempre capaz de promover seus resultados. Além da administração da riqueza, seu principal objetivo é o estabelecimento de um governo mundial único, onde o controle do dinheiro estará nas mãos de um ou mais bancos centrais privados e independentes"...
8. Da mesma forma, entre a intelectualidade americana já existe a firme convicção de que ... "para o bem ou para o mal, as Nações Unidas como agora as conhecemos, o FMI, o Banco Mundial e o Acordo de Bretton Woods não foram trabalho do governo dos Estados Unidos, por si próprio, mas de membros do C.F.R. encarregados de cumprir metas daquela organização"...9

O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DA LIGA DAS NAÇÕES

"Estamos nos aproximando do momento em que a única escala efetiva de operações de alguma importância será a escala global. Os estados nações terão que ser privados de sua soberania e subordinados à soberania de um governo mundial global. Penso que esse estado mundial necessitará de uma polícia armada e deverá dispor de força suficiente para poder impor a paz... O povo de cada atual estado soberano independente terá de renunciar à soberania de seu país e subordinar-se à soberania suprema de um governo mundial estabelecido".
ARNOLD TOYNBEE, HISTORIADOR, IN "SURVIVING THE FUTURE."

"Para se chegar ao governo mundial será necessário remover das mentes dos homens o seu individualismo, a lealdade às tradições familiares, o patriotismo nacionalista e os dogmas religiosos"
BROCK CHISOLM, U.S. WORLD HEALTH ORGANIZATION

O passo mais significativo do Sombra em sua agenda globalizante foi, em 1920, após o fim da I Grande Guerra, conduzir Wilson à criação da Liga das Nações. "Esta foi a primeira tentativa realmente séria de se estabelecer um governo mundial unificado"
10, e ..."embora o Coronel..., conselheiro do Pres. Woodrow Wilson tivesse feito todo o possível para iludir a América levando-a a se filiar à Liga das Nações, baseada em Genebra, o Senado dos Estados Unidos reconheceu os perigos de uma interferência e dominação estrangeiras. O Senado recusou-se a ratificar a filiação da América e manteve os Estados Unidos fora do sistema internacional até o final da II Grande Guerra". Esta rejeição, pelo Senado, foi uma ducha de água fria nos planos do Coronel e adiou a agenda globalista por várias décadas
(11). Desapontado, porém não vencido, o Sombra e seus amigos continuaram a marchar em direção aos planos do governo mundial e foi, então, que fundaram o Conselho de Relações Exteriores (C.F.R.), na forma anteriormente relatada, como alternativa de conquista do poder global pela via indireta, em caso de fracasso da Liga das Nações.
Constava dos planos secretos de criação da Liga que esta, como embrião de um futuro governo mundial global, deveria diligenciar para que os estados membros se organizassem em torno de princípios comuns; aceitassem decidir disputas em cortes de justiça globais universalmente aceitas; formassem uma força policial capaz de impor sanções decretadas pela Liga aos seus membros; adotassem moeda e sistema bancário únicos; aceitassem a abolição de fronteiras fixas, do conceito de Soberania e de quaisquer princípios religiosos!!! Marx, ao que se afigura, não estava sozinho ao imaginar e afirmar que "a religião é o ópio do povo"... A recusa firme e heróica do Senado americano em aderir a um organismo com tal tipo de filosofia encontrou, sempre, firme apoio popular que, inclusive, vem demonstrando crescentes desconfianças em relação à ONU, que lhe sucedeu, e a outros organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial (Bird). Movimentos de resistência interna, conhecidos como milícias, embora recebam do governo federal e do FBI, que lhes dá combate, tratamento de "fanáticos religiosos", têm como principal foco de repulsa a possibilidade, que vêem com sincera preocupação, de vir a ONU, em futuro próximo, substituir o atual sistema de governo e de aplicação da lei, tolhendo ou destruindo os valores mais fundamentais de sua sociedade e cultura: a justiça e a liberdade!!!

O SOMBRA DESAPARECE, DEIXANDO IMENSO LEGADO POLÍTICO
E A AGENDA DA "NOVA ORDEM'' E DA GLOBALIZAÇÃO


"O mundo é governado por personagens muito diferentes daquilo que é imaginado pelas pessoas que não estão por trás dos bastidores"
BENJAMIN DISRAELI - 1º MINISTRO DA RAINHA VITÓRIA

"Os tempos da soberania absoluta e exclusiva, entretanto, já passaram. Essa teoria jamais se conformou à realidade"
BOUTROS BOUTROS-GHALI, SECRETÁRIO-GERAL DA ONU - RELATÓRIO "AN AGENDA FOR PEACE, 1992

Em 1938, o Sombra, cujo nome de batismo era Edward Mandell House, veio a falecer. Seus planos de formação de um governo mundial unificado, entretanto, jamais foram abandonados ou interrompidos por aliados, seguidores ou patrocinadores.
Talvez o aspecto mais enigmático e curioso da fantástica história do Sombra é que, tendo ela ocorrido em solo da maior democracia liberal do planeta, os Estados Unidos, uma inédita e ainda pouco explicada associação de respeitados capitalistas, empresários e banqueiros, tenha financiado planos concebidos e executados por um assumido marxista, cujo objetivo final teria sido, nada mais nada menos, do que socializar os Estados Unidos. Em 1912, o Coronel House, bem ao seu estilo "low profile", escreveu um livro, sob a forma de romance ficcional, chamado Philip Dru: Administrator - A Story of Tomorrow, único documento do seu legado contendo idéias teóricas, onde ele defende uma "conspiração"(o termo é dele) através da qual ganharia o controle dos Partidos Republicano e Democrático e usaria a ambos como instrumentos da criação de governo mundial socialista. Assumiu, também, estar trabalhando pelo "socialismo como sonhado por Karl Marx" e defendeu a tese de que a economia mundial fosse gerida por uma oligarquia financeira anglo-saxônica e um ditador mundial servido por um "Conselho de Doze Homens Fiéis". O Coronel House, "amigo íntimo de homens internacionais famosos", deixou claro e patente que possuía sonhos realmente grandiosos. Entre estes, sobrepôs-se o da criação de uma Nova Ordem Mundial, dominada pelas finanças anglo-americanas, com ele próprio à frente, assumindo o papel do ditador propugnado em seu único livro. Para tanto, seria absolutamente necessário, em primeiro lugar, o colapso e a dissolução das monarquias da "antiga ordem".
Apesar do apoio incondicional que sempre recebeu de seus patrocinadores, maior do que qualquer outro homem na história da humanidade, O Sombra não viveu o bastante para ver realizados todos esses seus sonhos delirantes de poder. Porém, o generoso suporte financeiro dos banqueiros de Wall Street, conta-nos em voz baixa a história, que jamais faltou ou foi insuficiente para estimular os esforços revolucionários de Marx, Trotsky e Kerensky na derrubada de Nicolau II, o Czar de todas as Rússias, continuou fluindo, mesmo após a morte do Sombra, para a realização da fracassada utopia comunista na antiga União Soviética!!!
Qual seria, então, a explicação lógica para esse enigmático mistério, que juntou no mesmo jogo de influências e interesses, durante quase todo o Século XX, homens de negócios, políticos, intelectuais, idealistas, inocentes úteis, o "Manifesto Comunista", banqueiros capitalistas e revolucionários marxistas e leninistas...? Puro idealismo? Sonhos visionários de poder desmedido? Ambição irrestrita e desenfreada? Algum tipo de fervor determinístico ou transcendental? Ou, até mesmo, todos esses fatores combinados?
Ao arguto leitor, deixo estes elementos de provocação e o ônus das respostas que, não por acaso, passam a se constituir em parte do formidável e misterioso legado do Coronel House. Se, porventura, não se sentir à vontade para decifrar, a contento, tão intricado enigma, console-se: afinal, de todo o mal que se esconde nos corações humanos, só o Sombra sabe!!!...

POST-SCRIPTUM
Na primavera de 1991, num artigo denominado 'Muito merecida audiência para a Nova Ordem de Wilson", o jornal Washington Post, em artigo firmado pelo jornalista Edwin M. Yoder Jr., afirmava que já era hora do mundo dar o devido crédito ao Pres. Wilson e ao Coronel House como os verdadeiros autores da Nova Ordem Mundial e da Globalização. Que Deus os tenha!

(*) Este ensaio corresponde à parte do texto completo de livro do autor, em elaboração, com o nome provisório de "A Face Oculta da Globalização"

NOTAS
1.
Dicionário Conciso de Biografias, de SCRIBNER.
2. Dr. MARTIN A. LARSON, in The Storical Fight for Honest Money in the U.S.
3. Idem.
4. Idem.)
5. GRANT JEFFREY, in FINAL WARNING.
6. Em depoimento prestado à Subcomissão de Relações Exteriores do Senado Americano, em 17.02 1950.
7. GRANT JEFFREY in FINAL WARNING.
8. PAT ROBERTSON, in The New World Order, Word Pub. Pag.113.
9. Idem.
10. GRANT JEFFREY, in FINAL WARNING.
11. Idem.
Este artigo está presente em http://www.armindoabreu.ecn.br/

Devendando o Codigo de Da Vinci


"Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Coríntios 3.11).
     Quando minha esposa me deu de presente de aniversário o livro "O Código Da Vinci" (Editora Sextante) em maio de 2004, eu sabia que estava diante de um best-seller americano de 2003 que continuaria vendendo milhões de exemplares nos próximos anos. Não tinha ignorado as revisões e resenhas desse livro na internet e estava consciente de que se tratava de um daqueles livros que dizem que o cristianismo está todo errado e a adoração à deusa é o caminho.
     Dan Brown, autor do romance, não nos revela, no decorrer de suas quase 500 páginas, um novo evangelho, mas apenas antigas colocações gnósticas e nova-erenses sobre a vida de Jesus Cristo e os primórdios da igreja cristã.
     Eis suas fontes principais: O Evangelho de Filipe e O Evangelho de Maria (ambos são textos gnósticos descobertos em Nag Hammadi, no Alto Egito, em 1945); o livro Holy Blood and Holy Grail e sua linhagem de sangue, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, publicado inicialmente em 1981; o livro The Templar Revelation: Secret Guardians of the True Identity of Christ, de Lynn Picknett e Clive Prince. Um outro livro do gênero pesquisado por Brown foi: The Woman with The Alabaster Jar: Mary Magdalene and the Holy Grail, de Margaret Starbird. Estudiosos respeitáveis encontraram defeitos insuperáveis em todos esses livros. Todos eles têm um forte teor especulativo e um alto apelo a favor das doutrinas da Nova Era.
      O fato é que o livro é um sucesso de vendas em todo o mundo. A Columbia Pictures adquiriu os direitos para transformá-lo em filme e contratou o famoso diretor Ron Howard (o mesmo de Uma Mente Brilhante) para dirigir essa película.
     A propósito, o autor Dan Brown está sendo judicialmente processado de plagiar o livro Daughter of God (Filha de Deus), de Lewis Perdue. Segundo Perdue, existem "trinta elementos" de semelhanças significativas entre Daughter of God e "O Código Da Vinci". Bem, se Dan Brown plagiou ou não as idéias de outros autores é problema dele.
Um livro alicerçado nas doutrinas da Nova Era
     Antes de passarmos para uma análise mais detalhada do romance, é muito importante o querido leitor entender que o autor está imbuído em passar doutrinas da Nova Era e que acredita piamente no que escreve como se fosse verdade.
     Dan Brown é muito vivo ou muito covarde. Ele não responde às acusações dos vários padres, teólogos, historiadores, jornalistas e artistas que literalmente descredenciaram "O Código Da Vinci". Brown dá entrevistas em redes nacionais, faz palestras, mas não participa de debates. Vive sossegado escrevendo outros romances, em sua casa no estado de New Hampshire, enquanto escuta músicas da Nova Era, dos CDs da cantora Enya.
     Segundo o romance, "as verdades" sobre Maria Madalena deveriam ter vindo à tona na virada do milênio, entre "o final da era de Peixes e o início da era de Aquário" (p.423).
    
Veja esse relato sobre a importância da revelação da "verdade" durante a era de Aquário: "Estamos entrando na era de Aquário, cujos ideais rezam que o homem irá conhecer a verdade e ser capaz de pensar por si mesmo" (p.285). O que Dan Brown não diz é que a suposta verdade da Nova Era é a velha mentira proclamada pela serpente no Éden. Aquela farsa de que o homem descobriria que ele próprio é Deus: "sereis iguais a Deus" (Gênesis 3.5).
     O repórter Charlie Gibson, em entrevista no programa Good Morning America, da Rede de Televisão ABC, em novembro de 2003, perguntou a Brown: se escrevesse um outro livro só contendo os fatos sobre "O Código Da Vinci", ele seria muito diferente? O autor respondeu: "Não iria ser diferente [...] Fiz muitas pesquisas para esse livro. A teoria descrita no meu livro é muito antiga e hoje sou um crente dessa teoria [...] Essa teoria faz muito mais sentido para mim do que o que me foi ensinado quando era criança".[1]
Em outras palavras, Dan Brown acredita que os personagens do seu romance são fictícios, mas a mensagem contida nele é verdadeira.
O romance
     A história começa em uma noite no Museu do Louvre, em Paris, onde Silas, um monge albino vestido com um manto, atira no estômago do curador Jacques Saunière. Silas é um membro numerário da ultra-conservadora seita Opus Dei da igreja católica. Ele trabalha para um homem que conhece apenas como o "mestre" (mais tarde ficamos sabendo que se trata de Sir Leigh Teabing, um bretão ultra-rico e obcecado em encontrar o Santo Graal). A Opus Dei, a igreja católica, e Sir Leigh Teabing fazem parte do grupo do mal no romance, são os bandidos da história.
     Jacques Saunière é um especialista em adoração à deusa e é o grão-mestre do Priorado de Sião, uma organização secreta que esconde e protege o "Santo Graal" (das lendas arthurianas) e os manuscritos que provam que Maria Madalena era mulher de Jesus Cristo e juntos tiveram uma filha chamada Sarah. Na seqüência, Madalena e seus seguidores fugiram para a França e talvez até para a Inglaterra, evitando assim a perseguição que lhe foi imposta pelos apóstolos, especialmente por Pedro.
     Jacques Saunière, baleado, só pensou em uma coisa antes de morrer no Louvre: passar em forma de enigmas e anagramas as informações secretas do Priorado de Sião para a sua neta Sophie Neveu, uma agente do Departamento de Criptologia da Polícia Judiciária francesa e especialista em decodificação.
     De alguma maneira, Jacques Saunière consegue ficar despido, faz um círculo no chão e se posiciona dentro do círculo de forma semelhante ao desenho "O Homem Vitruviano", de Leonardo da Vinci. Saunière ainda conseguiu escrever com o seu próprio sangue e com tintas visíveis e invisíveis ao olho humano alguns símbolos e mensagens para a sua neta. Em uma dessas mensagens, pede a Sophie Neveu que encontre Robert Langdon, um professor de simbologia religiosa da universidade de Harvard que se encontra palestrando em Paris naqueles dias.
     Juntos, Sophie e Robert, conseguem resolver o assassinato e posteriormente o mistério do Santo Graal. Nesse romance, o Santo Graal é Maria Madalena, mais especificamente o seu útero, e seus restos mortais encontram-se sepultados na pequena pirâmide, sob a pirâmide invertida, dentro do Museu do Louvre.
     Jacques Saunière, Sophie Neveu e Robert Langdon são os mocinhos do romance, a turma boa da história.
Quase todas as colocações contrárias ao cristianismo, à história e às artes, conforme conhecemos hoje, nos são passadas nessa saga através das bocas dos dois personagens mais cultos e estudiosos, a saber: Professor Robert Langdon e Sir Leigh Teabing.
Resumindo, o romance nos leva por toda uma noite e um dia a pontos turísticos de Paris e de Londres só para tentar nos ensinar que a igreja cristã (especialmente a católica) tem reprimido o conhecimento acerca do casamento de Jesus com Maria Madalena e que isso, caso fosse descoberto, destruiria o cristianismo (pp. 261-267).
     O que incomoda é o cinismo do autor em relatar na página preliminar algumas falsas considerações como se fossem fatos. Brown proclama como se fosse verdade: "Todas as descrições de obras de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos neste romance correspondem rigorosamente à realidade". Então, meu prezado Dan Brown, passarei deste ponto em diante a checar o seu romance para ter a certeza se o mesmo corresponde "rigorosamente à realidade".
Dan Brown: historicamente desautorizado
a) No romance: Pierre Plantard, o Priorado de Sião e os dossiês secretos são autênticos (página preliminar, pp. 221 e 345-346):
     Segundo o romance: "O Priorado de Sião – sociedade secreta européia fundada em 1099 – existe de fato. Em 1975, a Biblioteca Nacional de Paris descobriu pergaminhos conhecidos como Os Dossiês Secretos, que identificavam inúmeros membros do Priorado de Sião, inclusive Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo da Vinci" (página preliminar).

     Ops! O autor confundiu o "Priorado de Sião" com a "Ordem ou Abadia de Sião". O "Priorado de Sião" é um movimento religioso mais recente, que surgiu após a II Guerra Mundial. Sua existência foi anunciada em 1962 após ter sido formalmente estabelecido em 1956. O "Priorado de Sião" não tem qualquer conexão com a "Ordem ou Abadia de Sião" da Idade Média, como o livro reivindicou ser um "fato" na sua página preliminar. O grupo da Abadia foi dissolvido pelo rei Luís XIII da França em 1619.

     Mais um erro: Dan Brown acredita na autenticidade dos "Dossiês Secretos" que contêm os nomes de todos os supostos grão-mestres do priorado e se encontram arquivados na Biblioteca Nacional de Paris, quando, na verdade, não passam de uma fraude. O fato que Brown não menciona é que o líder do priorado, Pierre Plantard (1920-2000), conhecido como um mascate, anti-semita, católico e fraudulento foi quem criou os falsos "Dossiês Secretos" e quem os depositou na Biblioteca. Os ditos "pergaminhos conhecidos como os Dossiês Secretos" foram uma invenção de Pierre Plantard, conforme desmascarado no programa The History of a Mystery (A História de um Mistério) levado ao ar pela Time Watch BBC em 1996.

     E mais, o próprio Pierre Plantard confessou à justiça francesa em 1992 ter sido o criador de todas as peças do Priorado de Sião com o intuito de pô-lo no trono da França como um suposto descendente merovíngeo e de Jesus Cristo. Há na França três locais onde qualquer pessoa pode obter documentação judicial e criminal sobre Pierre Plantard, a saber: a Prefeitura de Polícia de Paris, a Sub-Prefeitura de St. Julien em Geneveis e o Tribunal de 

Grande Instância de Thonon les Bains.

     Então o Priorado de Sião, do qual o autor nos transmite a imagem de ser uma sociedade secreta séria, não passa de uma farsa armada pelo senhor Pierre Plantard.
 
b) "Os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados na década de 50" (página 251):

     Brown errou na década! Os manuscritos do Mar Morto que confirmam a autenticidade de vários textos do Velho Testamento foram descobertos a partir da segunda metade da década de 40, em onze cavernas na região de Qumram.

c) "Mais de 80 evangelhos foram estudados para compor o Novo Testamento" (página 248):

     Puxa! O autor é ruim em números! Dos 52 textos gnósticos e filosóficos descobertos em Nag Hammadi, no Alto Egito, apenas cinco eram evangelhos, a saber: Verdade, Tomé, Filipe, Egípcios e Maria.
E mais: os evangelhos de Tomé, Filipe e Maria não foram escritos pelos respectivos personagens bíblicos. Foram escritos mais de um século após a morte de Cristo e só Deus sabe quem eram esses autores que se passaram por Tomé, Felipe e Maria. O próprio apóstolo Paulo nos alertou sobre autores fraudulentos: "epístolas (cartas) supostamente vindas de nós" (2 Tessalonicenses 2.1-2).

d) "Jesus só se tornou divino a partir do Concílio de Nicéia", em 325 d.C., convocado pelo imperador romano Constantino (p.248-252):

     Com essa afirmação, Brown revela o seu profundo desconhecimento histórico. Na verdade o Concílio de Nicéia apenas reafirmou a   divindade de Jesus Cristo, que já era aceita em textos e testemunhos pessoais desde o século I. Vejamos:
O testemunho do próprio Jesus Cristo: "Eu e o Pai somos um" (João 10.30).
     O testemunho dos evangelhos e epístolas: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (João 1.1 e 14). Dos israelitas "são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!" (Romanos 9.5). "Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino" (Hebreus 1.8).

     O testemunho de vida e morte dos apóstolos: todos os apóstolos de Jesus foram presos e/ou mortos sustentando a verdade de que Jesus Cristo era o Messias e ressuscitou. Caro leitor, ninguém sustenta uma mentira sabendo que aquela mentira vai condená-lo à morte. Os apóstolos morreram pelo que acreditavam ser verdade.

    O testemunho do historiador judeu Flávio Josefo, que viveu algumas décadas após a crucificação de Jesus: no Testimonium Flavianum (Ant. 18:63-64) Jesus é chamado de "um homem sábio". Essa afirmação é seguida por uma breve explicação de que Jesus foi "aquele que realizou feitos surpreendentes"; que era um professor e o Messias que foi condenado por Pilatos para ser crucificado e ao terceiro dia aparentemente recuperou a sua vida; e que "a tribo de cristãos, como seus seguidores são chamados, até o presente momento não desapareceram" (18:63-64). Parece claro que Josefo pelo menos conhecia algo sobre Jesus, Suas reivindicações e Seus seguidores. Ele não era um seguidor de Jesus, mas apenas relatou o que tinha ouvido.

     O testemunho dos pais da igreja: bem antes do Concílio de Nicéia, muitos foram aqueles que morreram confessando que Jesus Cristo é Deus: Policarpo de Esmirna era discípulo do apóstolo João, enviou carta à igreja de Filipos entre 112 e 118 e foi martirizado em 160 d.C.[2] Justino, o Mártir, nasceu em Israel, ficou impressionado com a capacidade dos cristãos de enfrentarem a morte de forma heróica, converteu-se ao cristianismo e testemunhou acerca de Jesus até o seu martírio em 165 d.C.[3] Vários outros líderes da igreja de Cristo consideraram Jesus divino muito antes do Concílio de Nicéia, a saber: Inácio (105 d.C.), Clemente (150 d.C.), Irineu (180 d.C.), Tertuliano (200 d.C.), Orígenes (235 d.C.), Novatian (235 d.C.), Cipriano (250 d.C.), entre outros.[4].      O testemunho dos cristãos que passavam pelo Panteão, em Roma: esse templo aos deuses foi concluído em 126 d.C. (cerca de dois séculos antes do Concílio de Nicéia). Cristãos eram levados para o Panteão e aqueles que não se curvavam diante da estátua de César e não confessavam César como "Senhor", eram mortos. Não foram poucos os cristãos que confessaram que só Jesus Cristo é o Senhor e preferiram morrer em vez de negar a Sua divindade.

e) No Concílio de Nicéia, o resultado da votação a favor da divindade de Jesus Cristo foi "meio apertado" (página 250):

     Que conversa mole de Brown! O resultado foi uma lavagem a favor da divindade total de Jesus! Dos 318 participantes, 16 se abstiveram de assinar o "Credo de Nicéia". O resultado: 300 votos a favor da divindade total e irrestrita de Cristo (posição já existente na igreja cristã) e 2 votos a favor da divindade parcial e inferior de Cristo (posição defendida pelo padre Ário).

f) "Os descendentes de Cristo geraram a dinastia que hoje é conhecida como merovíngia e fundaram Paris" (página 274):

     Nossa! Que besteira! Paris não foi fundada pelos supostos descendentes de Jesus Cristo, ela já existia séculos antes do nascimento de Jesus Cristo! Em meados do século III a.C., a parisii, uma tribo gaulesa, colonizou a ilha Seine Île de la Cite e fundou a colônia de Lutuhezi, que depois também passou a ser chamada de Lutetia Parisorum. Os merovíngeos apenas tornaram Paris a capital da França em 508 d.C.

g) A "Temple Church, em Londres, é redonda em honra ao sol" (pp. 359 e 364):


     Ao associar a forma redonda da Temple Church com o deus pagão do sol, Brown comete um estrondoso erro arquitetônico. Cada igreja redonda construída pelos templários na Europa é, na verdade, uma referência à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. A Temple Church consagrada em 1185 não foge a essa regra. A redonda Igreja do Santo Sepulcro contém um túmulo que os católicos acreditam ter sido o local onde Jesus foi sepultado. Ela era considerada o lugar mais santo na época das cruzadas.[5]

h) "Durante 300 anos de caça às bruxas, a igreja queimou na fogueira a quantidade impressionante de cinco milhões de mulheres" (página 135):

     Que hipérbole! Brown está se baseando em pesquisas desatualizadas e desacreditadas. Na verdade, na melhor estimativa, foram mortos 30 a 50 mil homens e mulheres, acusados de feitiçaria durante quatro séculos (1400 a 1800). Calcula-se que 25% dessas execuções eram de homens. Sem dúvida, um número muito significante, mas nada em comparação com 6 milhões de judeus mortos durante o Holocausto, nem com os 50 milhões eliminados pelo regime de Mao Tse Tung e muito menos com os 60 milhões dos expurgos de Josef Stalin.

      Bem, quem acreditar nas colocações históricas de Dan Brown como verdadeiras, corre um sério risco de ficar burro.

Alguns outros erros históricos foram cometidos no livro, mas não irei salientá-los. Acredito que os que foram relatados já são suficientes para afirmar que os fatos históricos não estão do lado de Dan Brown e que esse romancista não passa de um sofrível professor de história.

  Dan Brown: artisticamente desautorizado

     Leonardo da Vinci (1452-1519) viveu durante a Renascença, mas foi um homem à frente de sua época. Foi pintor, inventor, visionário, matemático, filósofo e engenheiro. Dan Brown acrescenta a essa lista que Leonardo era também "homossexual" (pp.54 e 130). As biografias de Leonardo salientam que, em abril de 1476, ele foi anonimamente acusado de sodomia com o assistente de pintura Saltarelli (conhecido homossexual) e que em 7 de julho do mesmo ano o caso foi arquivado por falta de provas.[6, 7] Portanto, não se pode afirmar que era ou não homossexual. Do que temos certeza mesmo são os erros grosseiros cometidos por Brown quando analisou algumas pinturas de Leonardo tentando nos fazer crer que há um código oculto nelas.
 
a) A Madona das Rochas (também conhecida como "A Virgem dos Rochedos"):

    Quando a personagem Sophie Neveu retira esse quadro dos cabos de sustentação e o põe em sua frente, o autor narra: "Com um metro e cinqüenta, a tela quase escondia o corpo da moça" (p.143). Bem, basta entrar no site oficial do Museu do Louvre para identificarmos logo de cara que o quadro mede 199 x 122 cm e não "um metro e cinqüenta".[8]

     Na seqüência, Dan descreve que foram "as freiras" da Confraria da Imaculada Conceição que encomendaram a pintura para Leonardo (p.148). Na verdade, a encomenda foi feita pelos padres da Confraria, já que não existia "freira" nessa instituição.

     Em seguida, Brown relata: "A tela mostrava a Virgem Maria de túnica azul, sentada com o braço em torno de um bebê, presumivelmente o Menino Jesus. Diante dela se encontrava sentado Uriel, também com um menininho, presumivelmente o pequeno João Batista. O estranho, porém, era que, em vez da cena que costumeiramente se vê, de Jesus abençoando João Batista, era João que estava abençoando Jesus... E Jesus mostrava-se submisso à sua autoridade!" (p.148). O autor inverteu a identidade de João Batista e de Jesus Cristo. Na verdade, Maria está com o braço em torno do bebê João Batista. Já o bebê Jesus Cristo está à esquerda de Maria, abençoando João Batista.[9]

     Logo após, o autor começa a ver o invisível, e diz: "O mais preocupante, porém, era que Maria estava com uma das mãos sobre a cabeça do pequeno João e em um gesto decididamente ameaçador – os dedos pareciam garras de águia agarrando uma cabeça invisível. Por fim, a imagem mais amedrontadora e clara: logo abaixo dos dedos curvos de Maria, Uriel fazia com a mão o gesto de quem corta uma cabeça – como se cortasse o pescoço da cabeça invisível que a mão de Maria, em forma de garra, segurava" (pp. 148-149).

     Se você estudar o que os historiadores das artes descrevem sobre esse quadro, vai descobrir que não existe nada do que é narrado por Dan Brown. Essa conversa da "cabeça invisível" de João Batista é mera esquizofrenia artística do autor do romance. O que sabemos de fato é que a mão esquerda de Maria sobre a cabeça de Jesus (e não de João) simboliza proteção. O anjo Uriel seria o "anjo da guarda de João Batista" e aponta em direção a ele.

      O autor acertou quando disse que há duas versões de "A Virgem dos Rochedos" (até que enfim acertou uma), mas errou logo em seguida quando tentou explicar o motivo dos dois quadros: "Da Vinci acabou convencendo a confraria a ficar com uma segunda pintura, versão "açucarada" da Madona das Rochas, em que todos se encontravam em posições mais ortodoxas" (p.149). Na verdade, a primeira versão produzida durante os anos de 1483-1486 encontra-se hoje no Museu do Louvre, já a segunda, feita cerca de 20 anos mais tarde (1503-1506) encontra-se na National Gallery, em Londres. Mas, por que duas versões? "Ocorreu uma complicada e amarga discordância em relação ao pagamento: o artista ameaçou vender a obra a um amante de arte que lhe oferecera obviamente muito mais que aquilo que a Irmandade estava preparada para pagar. Esta disputa foi provavelmente a razão de uma segunda versão da Virgem dos Rochedos – a versão que é possível observar presentemente em Londres e que na verdade decorou a capela dos monges em S. Francesco Grande em Milão no século XVI". A versão mais antiga foi provavelmente adquirida com rapidez pelo amante de arte, possivelmente Ludovico Sforza".[10] Posteriormente, Sforza ofereceu o quadro ao Rei da França ou ao Imperador Maximiliano.

b) A Mona Lisa:

   Dan Brown não deixou incólume a mais famosa e mais visitada pintura do mundo. Conhecida na França como La Joconde, na Itália, como La Gioconda, e em todos os demais lugares como Mona Lisa, é o quadro número 779 do Louvre.

     Quando o professor Robert Langdon, personagem criado por Dan Brown, é questionado se "é verdade que a Mona Lisa é o retrato do próprio Da Vinci, só que travestido?", responde: "É bem possível [...] Mona Lisa não é homem, nem mulher. Traz uma mensagem sutil de androginia. É uma fusão de ambos" (p.130).

     Na seqüência, Langdon ensina que as palavras "Mona Lisa" são uma junção do deus egípcio Amon com a deusa egípcia Ísis, "cujo pictograma antigo era L’ISA [...] Amon L’isa" (p.131). E conclui suas considerações com a afirmação: "E esse, meus amigos, é o segredo de Da Vinci, o motivo do sorriso zombeteiro da Mona Lisa" (p.131).

     Bem, vamos por etapas, pois é muito devaneio para uma pessoa só.

     Primeiro, quem é a modelo na pintura? Algumas hipóteses foram levantadas, mas com certeza, não é Leonardo da Vinci travestido. A alegação mais consistente é de que seja Lisa Gherardim.

     "O registro do Battistero di San Giovanni confirma que ela nasceu em Florença, numa terça-feira, em 15 de junho de 1479. [...] Aos 16 anos, Lisa casou-se com um homem dezenove anos mais velho e duas vezes viúvo: Francesco di Bartolomeo di Zanobi Del Giocondo, um dignitário florentino. [...] Na época em que Leonardo começou a pintá-la, ela já tinha tido três filhos, e um deles, uma menina, havia morrido em 1499. [...] E até onde se pode verificar, Lisa não fez nada de excepcional durante sua vida inteira, exceto sentar-se imóvel enquanto Leonardo a desenhava".[11]

     Segundo, de onde vem o nome Mona Lisa? Com certeza não é a contração de nomes de divindades egípcias. "A pintura foi intitulada ‘Monna’ Lisa, sendo Monna uma contração da Madonna (mia donna, minha senhora). A grafia "Mona" é incorreta, de origem incerta, mas é a que ficou estabelecida na Inglaterra".[12]

     Terceiro, por que o sorriso comedido da Mona Lisa? Não tem nada de "sorriso zombeteiro". Qualquer estudioso ou curioso sobre os quadros de Leonardo vai perceber que aquele sorriso discreto da Mona Lisa não é exclusivo dela. Leonardo pintou outros quadros onde os modelos exibem sorrisos semelhantes, a saber: "São João Batista" (1513-1516); "João Batista com atributos de Baco" (1513-1516); "A Virgem com o menino de Santa Ana" (1510); "Dama com Arminho" (1483-1490). De acordo com Donald Sasson, pesquisador e escritor sobre a Mona Lisa, esse tipo de sorriso discreto fazia parte da etiqueta dos quadros do Renascimento: "Risos – em oposição a sorrisos – são raros nos quadros do Renascimento, e nunca são usados quando a aristocracia e as classes mais altas são representadas. Mona Lisa não ri; ela mostra comedimento e decoro. Um sorriso pode ser considerado como um riso atenuado, como a palavra francesa, sou-rire – "sub-riso" – e a raiz etimológica do latim, subridere, sugerem. No mundo altamente codificado da vida da corte italiana do século XV, sorrisos não são deixados por conta da iniciativa pessoal. Havia numerosos livros à disposição daqueles que desejassem ser introduzidos no código apropriado de comportamento.[13]

     Já Giorgio Vasari, biógrafo de artistas e comentarista sobre a Mona Lisa, citou em 1550: "músicos, palhaços e outros artistas ficaram entretendo a modelo, enquanto Leonardo a pintava".[14] Vasari alega ser esse o motivo do discreto sorriso.

     O fato é que o sorriso chamava pouca atenção e ninguém o considerava misterioso, mas a partir do século XIX várias teorias conspiratórias surgiram e o marketing do sorriso da Mona Lisa cresceu.
 
c) A Última Ceia:

     Essa pintura mural de 460 X 880 cm, com técnica de óleo e têmpera sobre gesso, na parede do refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, é uma das obras-primas de Leonardo da Vinci. Hoje bastante deteriorada, está em processo de restauração.
E lá vai Dan Brown outra vez: na página 252, o autor chama "A Última Ceia" de "afresco" quatro vezes. Brown desconhece que o artista, quando optou por pintá-la, renunciara à técnica conhecida por "afresco" e escolheu a técnica de óleo e têmpera sobre gesso.[15]

     Na seqüência, o "culto" Sir Leigh Teabing insinua que na pintura deveria haver, mas não há, um cálice de vinho sobre a mesa. Ele conclui que a ausência do cálice demonstra que o Santo Graal não é o cálice: "O Santo Graal não é um objeto. Na verdade... trata-se de uma pessoa" (p.253).

     Tudo bem, vamos explicar porque não existe o cálice na "A Última Ceia", já que os personagens do livro de Dan Brown desconhecem a história dessa pintura. Os três primeiros evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), relatam que Jesus após cear, tomou um cálice e tendo dado graças, o deu a Seus discípulos. Já o texto de João 13.21-24, apenas revela Jesus indicando que entre eles há um traidor e não mostra Cristo ceando ou bebendo com os discípulos. Foi baseado nesse texto joanino que Leonardo da Vinci pintou esse quadro e, por esse motivo, não aparece o cálice. A ênfase tanto do texto bíblico quanto da pintura não é no pão e no vinho, mas, sim, na surpresa dos apóstolos ao tomarem conhecimento de que entre eles havia um traidor.

     Na seqüência, Teabing fala à deslumbrada Sophie que a pessoa à direita de Jesus é uma mulher – "Maria Madalena!" (p.260). E mais: que Pedro, com sua mão esquerda próxima ao pescoço de Maria Madalena, é um sinal de ameaça caso ela passe a ser a líder da igreja (p.265).

     Puxa! Dan Brown sofre de alucinações. Primeiro: todos os esboços dessa pintura mural revelam que nela não existe mulher alguma e que a pessoa ao lado direito de Jesus Cristo é João, o amado. Se não for João, onde este estaria na pintura? Segundo: era típico do Renascimento retratar as pessoas supostamente "mais puras e mais santas" com um aspecto efeminado, motivo porque Leonardo o retratou assim (apesar de sabermos que João, o amado, não tinha nada de tão santo assim). Terceiro: se João parece uma mulher, o que dizer de Filipe (o terceiro à esquerda de Jesus)? Quarto: o texto de João 13.24 diz que Simão Pedro fez um sinal a João, "dizendo-lhe: Pergunta a quem ele se refere". Essa falácia de Pedro ameaçando uma suposta Maria Madalena não tem nenhum fundamento.

     As considerações de Brown sobre as pinturas de Leonardo são um desprezo solene ao conhecimento dos fatos.

Bem, meu conselho é que se algum dia Dan Brown quiser ser seu professor de artes, dê um pinote e saia correndo para não se tornar inculto.

     Brown comete ainda outros erros artísticos, mas os relatados já são suficientes.
     O hilariante é que nos agradecimentos do livro, Brown revela a profissão da sua esposa: "E minha esposa, Blythe – historiadora de arte, pintora, editora de primeira linha e, sem dúvida, a mulher mais incrivelmente talentosa que jamais conheci". Mesmo?? Pare de me fazer cócegas, Dan Brown!

Dan Brown: teologicamente desautorizado

a) "O tetragrama judaico YHWH – o nome sagrado de Deus – na verdade derivava de Jeová, uma união física andrógina entre o masculino, Jah, e o nome feminino pré-hebraico de Eva, Havah" (pp. 328-329):

      Está tudo troncho! YHWH não deriva de Jeová. Pelo contrário, Jeová é que é uma adaptação da palavra YHWH. O tetragrama hebraico YHWH, sem qualquer vogal, era impronunciável. A sua provável vocalização era "YAHWEH". Foram os escritores cristãos, no século 16, que "introduziram Jeová sob a noção errônea de que as vogais que usavam eram as corretas. Jeová é um substantivo artificial criado a menos de 500 anos, e certamente não é um substantivo antigo e andrógino do qual YHWH deriva".[16]

b) "O Santo dos Santos do Templo de Salomão abrigava não só Deus como também sua poderosa consorte feminina, Shekinah". Homens vinham ao Templo fazer amor com as sacerdotisas e assim experimentavam o divino (p. 328):

     O que o autor está afirmando é que Deus tinha relação sexual com sua consorte feminina (Shekinah) dentro do Santo dos Santos. Mais: que os judeus faziam sexo ritualístico com sacerdotisas no mesmo templo. Isso é terrivelmente estranho! E não tem o respaldo de nenhum texto hebraico sério!

     Bem, no Santo dos Santos só entrava o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano, para derramar sangue de animal no propiciatório como remissão dos pecados do povo de Israel. Qualquer pessoa que ousasse entrar no Santo dos Santos, além do Sumo Sacerdote, era prontamente eliminada por Deus. Deus se manifestava como uma nuvem que cobria o tabernáculo (Êxodo 40.34-38; Números 9.15-23; 1 Reis 8.10-11). Apesar da palavra Shekinah não aparecer na Bíblia Sagrada, é a palavra hebraica para designar "a manifestação da presença de Deus" sobre a arca da aliança. Os israelitas chamam a nuvem sobre o Santo dos Santos de "Shekinah" (a manifestação da presença de Deus). Shekinah não é um dos nomes de Deus e muito menos de sua "consorte feminina". A propósito, essa história de divindade com sua consorte feminina é doutrina hindu e não acha guarida na teologia judaico-cristã.

     Na verdade, Dan Brown tentou transformar o local mais santo do Velho Testamento (o Santo dos Santos) em um quarto de motel.

c) "Maria Madalena é o Santo Graal [...] a esposa de Jesus [...] e não era prostituta (pp. 260-267):
     Na verdade, há séculos, quando se fala sobre Maria Madalena, três hipóteses são logo levantadas:

A primeira: Maria da cidade de Magdala (Madalena), foi exorcizada por Cristo (Lucas 8.2) e passou a seguí-lO desde então. Não existe evidência para afirmar que era uma ex-prostituta. 

Eu acredito que ela não era.

     A segunda: Maria da cidade de Magdala (Madalena), foi exorcizada por Cristo (Lucas 8.2) e era uma ex-prostituta. Esse ponto de vista só é possível quando se faz a fusão (costumo chamar de confusão) entre Lucas 7.36-50 (fala de uma prostituta, seu nome não é mencionado, que ungiu os pés de Jesus), Lucas 8.2 (fala sobre a ex-endemoninhada Maria Madalena) e João 12.1-8 (fala sobre Maria, provavelmente a irmã de Marta, que ungiu os pés de Jesus). Acredita-se que as mulheres mencionadas em Lucas 7 e em João 12 são Maria Madalena. A associação da mulher de Lucas 7 com Maria Madalena foi feita pelo papa Gregório I em um sermão em 591 d.C. Essa hipótese errônea é defendida pela igreja católica e por alguns pastores evangélicos.

     A terceira: Maria da cidade de Magdala (Madalena), era amante de Jesus, teve uma filha dele e tornou-se a líder da igreja. Essa hipótese é baseada em alguns textos gnósticos, a saber: Evangelho de Filipe, Evangelho de Tomé e Evangelho de Maria. É essa calúnia que nos é ensinada no "O Código Da Vinci".

     No romance, orientada pelo erudito Sir Teabing, Sophie leu um trecho do Evangelho de Filipe: "E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência na boca" (p.263).
Acerca dessa passagem que descreve o beijo de Jesus em Maria Madalena (Evangelho de Filipe 63:32-64:10), o pesquisador e professor cristão Darrell L. Bock relata:

     Este texto foi composto na segunda metade do século III, cerca de 200 anos após a época de Jesus. Descreve Maria como ‘companheira’ de Jesus. Dentre todas as passagens que podem sugerir que Jesus tenha sido casado, esta é a mais importante.
Porém, o ponto central do texto está fragmentado em 63:33-36 e diz: ‘E a companheira de [...] Maria Madalena. [... amou] a ela mais que a [todos] os discípulos e [costumava] beijá-la [sempre] na [...]’. Os colchetes indicam lacunas no texto, pontos em que a leitura não é possível devido a estragos no manuscrito. Aqui temos um mistério para desvendar![17]

     Elaine Pagels, pesquisadora não-cristã dos evangelhos gnósticos, também confirma as lacunas no texto: "a que acompanhava o [Salvador é] Maria Madalena. [Mas Cristo a amava] mais que [todos] os discípulos, e costumava beijá-la [freqüentemente] nos [lábios]. Os outros [discípulos se ofenderam com isso...]".[18] Releia agora esse texto do Evangelho de Filipe sem as palavras em colchetes e veja quão especulativo ele realmente é. Por essas e outras é que os evangelhos gnósticos são descredenciados.

     Os textos gnósticos têm autoria espúria (por exemplo, ninguém sabe quem é o autor do Evangelho de Filipe).[19] Suas datas são tardias (nenhum texto gnóstico se situa antes de 150 d.C. e, conseqüentemente, não foram escritos por testemunhas oculares).[20] Mais: seus conteúdos são fraudulentos, sem senso cronológico, sem qualquer pesquisa geográfica ou contexto histórico e cheios de discrepâncias com os textos do Novo Testamento que são confirmados historicamente.[21] Os evangelhos gnósticos são desconexos e indicam aversão aos fatos. Uma constelação de disparates.

     Querido leitor, permita-me ser mais sincero: Dan Brown como aspirante a teólogo é um calhorda e seu romance parece mais um daqueles tablóides londrinos, mexeriqueiro, anticristão e tosco. Entre esse suposto teólogo e sua obra, não sei qual é o pior.
 
d) Sobre a adoração à "Mãe Terra" (pp. 135-136):

     No que diz respeito à adoração à "Mãe Terra" versus ecologia cristã, sugiro a leitura do artigo "Ecologia Esotérica".

 Conclusão: quase tudo que nos ensinaram sobre Jesus é mentira?

     Ao término do romance, constatei que Dan Brown nos entregou um cruel chiqueiro com o rótulo de uma pesquisa séria e erudita. Então, por que teria de me preocupar com um romance sem valor histórico, artístico e teológico? A resposta é simples: "O Código Da Vinci" nos ensina uma linhagem gnóstica-esotérica. Até arriscaria dizer que esse romance e o filme popularizarão a aceitação do gnosticismo com a mesma intensidade que o livro e o filme "As 
Brumas de Avalon" fizeram a favor do paganismo.

     A esmagadora maioria dos seus leitores aceitou suas mentiras cadavéricas como sendo verdades preciosas. Poucos são aqueles que o questionaram. A maioria pratica uma leitura anestesiada. Por esse motivo, quando minha esposa me presenteou "O Código Da Vinci" no dia do meu aniversário, colocou em um trecho do oferecimento: "Que o conteúdo nele tratado possa ser desautorizado pelas verdades bíblicas". Saber desautorizar esse livro é dever do cristão para que cada vez menos pessoas sejam enganadas por essa fraude!

     O romance de Brown é desprovido da verdade, mas muito ousado, ao ponto de colocar a seguinte afirmação na boca do seu respeitável historiador Sir Teabing: "Quase tudo o que nossos pais nos ensinaram sobre Jesus Cristo é mentira" (p.252). Baseado em que prova sólida ele faz tal afirmação? Quais são as credenciais desse autor para que possamos aferi-las?

     Vejam bem, Brown escreveu um livro acerca de Jesus Cristo, citou várias fontes e interpretou-as do jeito que lhe aprouve. No entanto, em nenhum momento mencionou qualquer trecho dos evangelhos neo-testamentários que são a principal fonte fidedigna sobre a vida do nosso Senhor e Salvador.

     O Dr. Tony Carnes, jornalista evangélico e professor da Columbia University, nos adverte: "Brown leva o leitor por caminhos traiçoeiros com um estilo de ‘ficção dominadora’. Ele tenta atropelar as faculdades mentais do leitor com falsificações grosseiras proferidas por autoridades fictícias de prestigiosas universidades como Harvard e Oxford. Cita fontes incorretamente ou refere-se a outras de que ninguém jamais ouviu falar, apresenta fatos não comprováveis e insulta com apelações como ‘todas as pessoas    inteligentes sabem sobre isso"’.[22]

     Invente outra, Dan Brown! Pois essa sua farsa não deu certo! Assim como não é possível ganhar a final olímpica dos 100 metros rasos com um medíocre condicionamento físico, de igual modo, não é racional aprender sobre a boa história, as refinadas artes e a teologia equilibrada com um romance pífio!

     Aos cristãos que lerem o livro ou assistirem ao filme e ficarem em dúvida sobre a divindade de Jesus Cristo: "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema" (Gálatas 1.6-8).
Que seja assim. Amém!

Fonte: (Dr. Samuel Fernades Magalhães Costa)

Traço Genético Ttribo Sacerdotal (Kohanim)

Um traço genético é encontrado ligando Kohanim Worldwide Relatório de Grant Jeffrey Um jornal Jerusalem relatório datado de 3 de janeiro de 1997 indica que os cientistas têm encontrado uma genético único cromossoma ligando os judeus da tribo sacerdotal (Kohanim) em todo o mundo. 

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