Demorou,
 mas os bananas de pijama se manifestaram contra o massacre de 24 
cristãos por forças de segurança do Egito, ainda que o tenham feito de 
um modo acovardado, pusilânime. Barack Obama, a mão invisível - e pouco 
me importa se voluntária ou não - que dá suporte ao extremismo islâmico 
que ganha terreno no Oriente Médio (incluindo o Norte da África), mandou
 seu porta-voz dizer algumas palavras regulamentares. Segundo Jay 
Carney, “o presidente está profundamente preocupado com a violência no 
Egito que levou à perda de vidas de manifestantes e de forças de 
segurança”. Mais: “Chegou a hora de todas as partes darem mostras de 
moderação para que os egípcios possam avançar juntos na elaboração de um
 Egito forte e unido”. Não me diga!
Chanceleres 
de governos europeus (Reino Unido, Espanha e Portugal) também 
expressaram a sua preocupação. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, que
 não chega a ser notável nem como o idiota rematado que é, também 
mobilizou seu porta-voz, Martin Nesirky: “O secretário-geral está 
profundamente triste pela perda de vidas no Cairo na noite passada. Ele 
convoca todos os egípcios a permanecer unidos e a preservar o espírito 
das mudanças históricas do início de 2011″.
Não houve um
 só banana, desse enorme cacho, com coragem moral para levantar a 
própria voz e condenar pessoalmente o massacre, como se fazia contra 
Muamar Kadafi e se faz hoje contra Bashar Al Assad, um tarado 
sanguinário, sim, mas que enfrenta uma guerra civil, a exemplo do  
tarado sanguinário já deposto, o de Trípoli. A questão é saber por que 
os tarados sanguinários do Egito merecem tratamento especial.
A verdade, 
já escrevi aqui, é que cadáveres cristãos rendem poucas perorações 
humanistas, embora seja o cristianismo a religião mais perseguida do 
mundo - a rigor, é a única cassada e caçada em vários cantos do planeta.
 Um cadáver cristão jamais atingirá a altitude moral de um cadáver 
palestino, por exemplo, porque lhe faltam as carpideiras da ideologia e 
do vitimismo profissional. Os cristãos não aprenderam, por exemplo, a 
divulgar mundo afora fotos de crianças perseguidos por seus algozes, um 
dos elementos obrigatórios da iconografia e do “martiriologia” 
palestinas. E, com isso, não estou negando que sofram. É que estou 
abordando aqui um aspecto da formação da opinião pública. Israelenses 
também são ruins nesse negócio de marketing do vitimismo. Cristãos e 
judeus parecem ficar bem só no papel de culpados, não é mesmo?
A cobertura 
que a imprensa tem dispensado ao massacre dos cristãos não é menos 
asquerosa. Mundo afora se fala em “violência sectária”. Como? “Violência
 sectária” de quem exatamente? Desde o início da chamada “revolução 
egípcia”, templos e casas dos cristãos têm sido incendiados, como se tem
 denunciado neste blog. Milícias muçulmanas os têm expulsado de suas 
aldeias. Trata-se de uma ação organizada, sistemática. Mas Obama manda 
dizer que todos devem dar provas de “moderação”. Vai ver, consoante com o
 símbolo que carregam e que se vê aí no alto, a moderação dos cristãos 
consiste na humilhação silenciosa. Sempre que alguém pede moderação à 
vítima, sinto no ar o cheiro da canalhice moral.
Está em 
curso no Egito uma “limpeza” religiosa, conduzida pela Irmandade 
Muçulmana, cuja “vocação democrática e pluralista” foi descoberta só por
 intelectuais ocidentais. E é o que vai acontecer na Síria se Assad, o 
carniceiro, cair. Escolha o seu carniceiro quem quiser. Eu escolho o 
signo que abre este post porque escolho a civilização. Não flerto com a 
barbárie moderada. Deixo isso para Obama e os demais bananas de pijama.
 Os 
cristãos do mundo inteiro têm de se organizar para defender seus irmãos 
de fé. Até porque o cristianismo não tenta se impor como religião única 
em nenhum lugar do mundo. Assim, a defesa do cristianismo é uma das 
formas que assume a defesa da liberdade.

 
 
 
 
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